LEXUS O DESPERTAR DA ESCURIDÃO, DE PAULO HENRIQUE BRAGANÇA

E se sua cidade do dia para noite se tornasse um campo de guerra? Cheia de morte e destruição? Seus amigos virassem monstros comedores de carne humana e todos que você conhece quisessem te matar?



É esse cenário de terror que o livro Lexus – O Despertar da Escuridão nos apresenta. Bianca é uma garota comum, com uma vida comum na cidade de Campos Eliseos. Ela é uma adolescente como outra qualquer e seus pais assim como quase todos na cidade trabalham no laboratório Lexus, uma enorme torre que sustenta praticamente sozinha a economia de toda a cidade – que é muito prospera e em plena ascensão.

Um dia, motivados pelo serviço, os pais de Bia saem da cidade, deixando a casa "sozinha". A garota junto com suas amigas tem a brilhante ideia de dar uma festa, mesmo com a negativa de seu irmão mais velho Lucas, ela o faz. Na manhã seguinte quando acorda com uma ressaca daquelas, observa chocada que o gigantesco prédio da Lexus não está mais no lugar.

Todas as autoridades afirmam que foi um ataque terrorista, a cidade vira um caos. Como se não bastasse essa tragédia, uma segunda e ainda pior, se abate sobre a cidade. Sem nenhuma explicação aparente as pessoas começam a atacar umas às outras, a devorar seus órgãos e carne. E quanto mais pessoas são atacas, mais pessoas unem-se aos ataques sanguinários.


Assustada, em desespero, Bia foge com seu irmão e a namorada dele, Fernanda. Enquanto se esquivam dessa criaturas, que um dia foram humanos, eles acabam encontrando o pai de Fernanda – que nada mais é do que um militar. Ele garante que irá leva-los em segurança até a ponde que liga a cidade ao resto do estado. O Coronel também conta aos jovens que estão em uma contagem regressiva, pois um vírus experimental se espalhou e a cidade será destruída para que a doença não se espalhe pelo pais e o mundo.

Eles começam uma corrida alucinada para chegar a ponte, mas são interceptados no meio do caminho. Bia e o Coronel são levados, Fernanda e Lucas são deixados para morrer. Com o grupo separado você acompanha a saga dessas duas duplas para chegar até a ponte e tentar a salvação. Muitas mortes e reviravoltas acontecem, você sente pena da jovem garota, que é deixada praticamente sozinha em muitos momentos.

Uma pessoa importante para ela morre na tentativa de salvar outra pessoa. Quando o grupo finalmente se encontra desfalcado, Bia percebe que mesmo com toda a dor e sofrimento que enfrentou terá que ser corajosa se quiser sobreviver

Depois de diversos acontecimentos, Bianca encontra os pais, todavia, sua vida, sua cidade, parte dos seus entes queridos, seus amigos e todos que um dia conheceu: Morreram! Campos Elíseos foi completamente destruída, porém o vírus mortal... não. Seus pais confessam envolvimento na criação do vírus que levou a dizimar praticamente toda a população de sua cidade e revelam estar trabalhando para encontrar a cura.

Confusa, ela tenta entender e aceitar sua nova realidade. Mas, novamente, sua vida vira de cabeça para baixo e um novo desastre ameaça sua sanidade.

Bom, vamos lá! Comecei a leitura cheia de expectativas e infelizmente o livro não as atendeu e acabei por me decepcionar. O enredo tem tudo para dar certo, entretanto, ao meu ver (o que senti) foi que as personagens mantiveram-se genéricas demais, sem um carisma ou identificação que me conquistasse. Não me senti emocionada, triste ou feliz. Em nenhum momento me senti transportada para o horror que se passava com Bia, não me senti comovida por suas perdas. Suas vontades, desejos e anseios não me convenceram, infelizmente, não consegui acreditar na história.

"Mas Jéssica... é ficção! A história não tem compromisso com a realidade!" Eu sei. Mas acredito que por mais ficcional que uma obra seja eu preciso acreditar no mundo criado e na história contada, nos sentimentos das personagens. E infelizmente, não senti nada, não alcancei essa ligação com a história. Quando leio, quero ser transportada para aquele mundo, guiada pelos anseios dos personagens, rir ou chorar com eles. Infelizmente isso não aconteceu com a história de Lexus.


As explicações para o vírus existir, o por que foi criado, ou como se espalhou foram – ao meu ver – banais demais. Muitas vezes, ao decorrer da leitura, em momentos em que a história podia dar uma guinada e surpreender, soluções simples ou tiradas magicamente de algum chapéu foram apresentadas e uma vez mais não me convenceram. Algumas mortes que acredito terem sidos desnecessárias, ou que foram mal utilizadas – pois acho que uma morte deve ter uma justificativa, ou algum sentido dentro da história e não motivos frívolos ou infantis – e deixaram de ter a carga dramática que deveriam. Achei as personagens rasas, sem profundidade para serem criveis dentro de uma história. Infelizmente a leitura não me cativou.

Mas, preciso dizer que temos pontos positivos, entre eles temos a narrativa que é simples e a escrita do autor que, ainda que a história não tenha me conquistado, preciso ressaltar que a escrita do autor é fluida. Também preciso ressaltar que, o enredo tem grande potencial.

Para finalizar, quero dizer que, o que não agrada a alguns, pode agradar a outros. Que o que não me conquistou, pode conquistar você. É por isso que, deixo e recomendo, que cada um leia e tire suas próprias conclusões sobre Lexus – O Despertar da Escuridão.

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