LEITURA Á DOIS: Objetos Cortantes, de Gillian Flynn

No Leitura á Dois de hoje, o parceiro da vez é Desconexão Leitura, que é um blog eclético, aborda diversos temas literários, e super indico uma passadinha por lá! Então bora para a Leitura á Dois?


Para começo de conversa, do que se trata a história?

Objetos Cortantes, de Gillian Flynn, nos trás a história de Camille, uma mulher que na juventude gostava de com coisas afiadas escrever palavras em sua própria carne, filha de uma mulher rica e louca, que tem uma irmã morta e outra pré-adolescente, uma jornalista que atualmente mora em Chicago mas antes morou no interior do Missouri, em Wind Gap, pra onde é mandada de volta por conta da morte de duas garotinhas que tiveram todos os dentes arrancados após serem estranguladas por um assassino em série. O problema? Ninguém ainda descobriu quem o Serial, se ele é de fora ou um morador da cidade, e enquanto isso a pequena cidade fica em pânico protegendo suas crianças.

O que você achou da escrita da autora no decorrer do livro?

A escrita é corrida, mas o conteúdo é pesado. Os relatos escritos por Gillian são minuciosos e bem detalhados, mas as cenas fortes chegam à causar náuseas em quem tem estômago fraco. Entretanto, a leitura é até fácil, e se houver disponibilidade de tempo, em um ou dois dias é possível concluir a leitura sem estresse, apenas deixando o pânico em descobrir quem é o assassino, lhe consumir.


Que mensagem você crê que a autora quis passar com sua história?

Que o culpado é sempre quem você menos espera. Sabe quando tem algo na geladeira que você guardou para comer mais tarde, e quando vai comer, simplesmente sumiu? E aí você sempre culpa a mesma pessoa, mas quando menos espera, leva um tapa na cara ao descobrir que foi aquela pessoa doce com quem até poderia compartilhar o seu doce. É esse o tiro que Gillian dá na cara do leitor, ela mostra como tudo pode ser obscuro, como tudo pode ser louco, como tudo pode ser afiado.

E com essa mensagem, que aprendizado você agregou em sua vida?

É difícil, mas no fundo você vê o sofrimento de Camille, de Adora, de Amma. Vê que cada uma foi submetida à uma loucura diferente mas semelhante. E com isso, você acaba por refletir e ver em quem confia, ver quem anda contigo. Mas no fim, acaba por ser apenas uma história a qual te deixou aflita e fez pensar como você não reparou naquilo antes.

Para finalizar, qual trecho do livro lhe chamou mais atenção, e por quê?

"Eu me corto, sabe? E pico, e fatio, e gravo e furo. Sou um caso muito especial. 
Eu tenho determinação. Minha pele grita, vê? Está coberta de palavras - cozinha, cupcake, gato, cachos -, como se um garotinho com uma faca tivesse aprendido a escrever em minha pele. Eu às vezes, mas só às vezes, rio. [...] 
A única coisa de que tenho certeza é que, na época, era crucial ver essas letras em mim; não apenas vê-las, mas senti-las. Queimando em meu quadril esquerdo: anágua."

As vezes temos tensões que precisamos liberar de alguma forma intensa. Alguns gritam, outros socam, tem aqueles que escrevem, os que fumam ou bebem, e os que se cortam. Não é uma coisa legal a se fazer, e os motivos são os piores, mas são formas que alguns encontram de "aliviar" a tensão, porém que pode levar à situações extremas de suicídio. 

Pensando nisso, me veio em mente o Centro de Valorização à Vida (CVV). As vezes deixamos os sofrimentos daqueles que nos rodeiam, passar batido, mas não é o certo, se sabe de alguém que precisa de ajuda, indique o CVV, e ajude ao próximo.



E então? Minhas respostas bateram com o que vocês pensaram? Sim? Não? Ficaram na dúvida? Então cliquem aqui, e vejam as respostas que a Djamila colocou. E coloquem a de vocês aqui nos comentários também para nós trabalharmos a mente um pouquinho em cima desse livro que é tão cheio de mistérios e objetos cortantes. Então é isso, um beijo e até a próxima postagem!

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