(DES)AMOR, DE PEDRO PENNYCOOK

O amor é um sentimento por muitos adorados e por outros odiados mas, se sentido verdadeiramente opera milagres na vida de quem o sente e mais milagres ainda na vida de quem o recebe de bom grado pois, da mesma forma que gentileza gera gentileza, amor gera amor

O amor foi por muitos marginalizado, tanto pelo homem que não queria sentir por se perceber vulnerável quanto pelos poetas que preferiram por muito tempo falar de coisas lúgubres do que de um sentimento tão complexo quanto o amor. Sentimento esse que não pode ser explicado nem pelo melhor amante que dirá pelo melhor poeta em suas noites de delírio.


E é com esse sentimento à flor da pele que Pedro nos brinda com fortes doses homeopáticas de amor a cada linha de seu livro. Nos apresentando o amor em suas diversas formas e faces mas sendo amor em sua mais pura essência. Desde o deslumbramento pelo sorriso do outro ao findar dos mais ternos sentimentos passando pelo meio da paixão e do curto, por questão de definição, espaço entre ambos.

Um livro que me fez crer que a poesia, ou melhor, o seu cerne, ainda está vivo em cada um de nós, um pouco adormecido - gostaria de dizer- mas vivo e pulsando na veia de cada ser, mostrando àqueles que se recusam a enxergar  que a poesia contemporânea apesar de negligenciada ainda resiste em seus e tantos outros versos que buscam transmitir o lado belo do ser humano, o seu lado sentimental.


A Editora Autografia com a diagramação adequada a um livro de poesia, com suas folhas mais grossas e amareladas e sua capa em degradê formaram com a escrita um conjunto afável e harmônico.

"O amor é o exercício gradual entre o ir/ e o vir do corpo alheio e de seu próprio./É principalmente, a transformação/ deste corpo em morada."

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