Veja bem, sempre que pego um livro policial para ler, principalmente os nacionais, já venho esperando aquela fórmula de sempre: o ponto de vista do investigador, favela, bandidos, violência e todas as outras coisas que estamos acostumados. “A Morte e os Seis Mosqueteiros” não exclui vários desses itens, mas também não abandona o elemento surpresa.
No livro acompanhamos a história de Zequinha, que juntamente
de mais cinco amigos, formavam os Seis Mosqueteiros. Quando crianças, estavam
sempre juntos, brincando pelas favelas do Rio de Janeiro e, por vezes, contavam
com a presença de Julinha. Os anos foram passando e cada um dos mosqueteiros
tomou seu rumo e agora, já adultos, eles terão algo de muito em comum: a morte.
Às vezes por causa de suas próprias escolhas, ou por puro azar, mas o destino
inevitável aguarda todos eles.
A narrativa do livro é incrível, tão simples e, ao mesmo
tempo, tão carregada de obscuridade. Todos os acontecimentos são narrados por
Zequinha e podemos notar claramente a simplicidade de um menino que não pode
terminar a escola. Mesmo não contendo um vocabulário riquíssimo, é uma
narrativa poderosa, principalmente por causa dos acontecimentos banhados a
sangue e linguagem forte.
Com uma mistura de ação, bastante drama, romance e suspense,
o autor criou uma história que mesmo sendo densa, te faz querer ler tudo de uma
vez só. O livro não é longo, o que facilita o feito. O suspense e a adrenalina
acompanham o leitor até o último momento, com uma revelação chocante nas
páginas finais.
O nome diferente pode te enganar, mas Anatole Jelihovschi é
um autor brasileiro com mais alguns romances publicados e vários outros
esperando para nos surpreender novamente. Esse foi o primeiro livro que li dele
e, assim que tiver a oportunidade, estou ansioso para ler os outros.
A edição é bem simples, mas chama atenção. A capa original
em tons de marrom foi substituída por tons fortes de vermelho com a imagem de
uma favela no fundo. A disposição do título em letras brancas que contrastam
com o fundo também ficou excelente, não deixando as cores fortes o ofuscarem. A
impressão do miolo é feita em papel pólen, e a fonte é um pouco diferente do
tradicional.
“A Morte e os Seis Mosqueteiros” é uma publicação da Editora
Jaguatirica e merece uma chance sua!
" Se a beleza existir de verdade, é para nos fazer bem, não mal."
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