Vivian contra o Apocalipse é uma distopia muito diferente das que vemos por ai, não possui Estado Ditatorial nem uma pandemia nem muito menos zumbis. O apocalipse ocorre apenas por uma manipulação religiosa.
No livro, Vivian Apple uma adolescente de dezessete anos vivia em uma sociedade americana normal como essa que você vê em filmes, ia para a escola, seus pais trabalhavam, mas por tantas desgraças e tragédias, a sociedade começou a acreditar que o fim do mundo estava chegando e que a salvação seria Beaton Frick, um homem que se dizia um enviado divino que veio mudar o "mundo" para melhor, e salvar o povo americano, que segundo ele, era o povo preferido por Deus.
"Não seja uma dessas pessoas que vê grupos em vez de indivíduos. Esse é o tipo de coisa que Beaton Frick faz."
Quanto mais as pessoas acreditavam em Frick, mais a Igreja Americana crescia e dominava a cabeça das pessoas, o comércio alimentício, de bens duráveis, não duráveis e a política. Segundo o Livro do Frick, uma espécie de "Bíblia", onde ele relatou sua experiência divina e as regras comportamentais para ser um crente e ter o seu lugar no paraíso. Nesse livro ele prevê que em três anos, ocorrerá o fim do mundo e aqueles que seguirem exclusivamente os ensinamentos da Igreja Americana serão salvos no dia do "Arrebatamento" e o infiéis sofreram o caos do Apocalipse.
"Vejo todas as palavras que Frick usa quando explica exatamente quem não será salvo e por que estão despertando a ira divina ("gay, "laico", "feminismo")"
O livro se inicia um dia antes do "Arrebatamento" , no qual Vivian e sua amiga Harp estavam organizando uma festa de pré-arrebatamento. Vivian e Harp não acreditam na Igreja Americana, mas os pais de Vivian sim, eles se converteram a Igreja e sempre forçavam um pouco a barra para que Vivian se convertesse também e passasse a seguir as regras de conduta da Igreja para que ela tivesse um futuro melhor. Assim, Vivian sai para se divertir e festejar o dia que finalmente toda a farsa de Frick será deslavada, e todas as falácias que estavam no livro dele se provaram como falsas e mentirosa. Mas quando Vivian chega em casa na manhã seguinte em vez de encontrar os seus pais, ela encontra dois buracos no teto...
A Autora tem uma escrita bem direta, com isso as críticas a nossa sociedade ficam extremamente claras, o que ajuda o leitor, óbvio afronta muita gente e desconstrói muitos preconceitos. A autora discute temas polêmicos em nossa sociedade, como a intolerância religiosa, Estado Laico, preconceito de uma forma ampla, feminismo, machismo, entre outros.
O projeto gráfico feito pela AgirNow, selo da Happer Collind BR, foi muito bem feito. O livro é dividido em três partes, além disso, os capítulos são pequenos de 4 a 5 folhas, o que agiliza a leitura, e a diagramação com uma fonte e uma borda agradável de ler.
Na minha opinião o livro é simplesmente INCRÍVEL, nunca tinha lido uma distopia com esse cunho religioso e fui extremamente surpreendida por esse livro, que eu comprei por dez reais, na Black Friday. Além de que, o livro foi lançado aqui no Brasil em 2015 e é notável a semelhança de "Make America Great Again" de Trump, com as promessas excludentes e preconceituosas de Salvação de Frick para todo o povo Americano, que só inclui o povo dos EUA. Em suma, posso afirmar que esse livro quase fez uma previsão do apocalipse da realidade política dos EUA.
Vivian contra o Apocalipse é o primeiro livro da duologia Vivian Apple, e o segundo livro e final da série Vivian contra a América, que eu já estou louca para ler.
Abaixo tem o vídeo da autora Katie Coyle, falando sobre os seu livro e o selo Agir Now.
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