CRÍTICA | A Ganha Pão

Todos nós vivemos no mesmo mundo, mas nem todos temos as mesmas oportunidades e vidas que alguns podem ter. 

A Ganha Pão nos mostra a realidade de uma família que vive em Cabul, localizado no Afeganistão, e quando o único homem adulto da família é preso injustamente sua esposa e filhos se veem em uma situação ainda mais complicada do que morar no meio de uma zona de guerra.

Como consequência, a menina mais nova da família "se veste como um menino" para poder fazer coisas simples como buscar água para sua família sem ser literalmente apedrejada até voltar para casa apenas por não estar na companhia de um homem.   

O filme acaba nos ensinando muito mais sobre a cultura do Afeganistão do que se quer imaginávamos que um dia iriamos saber. De mulheres usando os famosos véus para se "preservarem" até não poderem comprar um alimento sozinhas, ele mostra a desigualdade surreal de gêneros por lá! E para quem está acostumado com movimentos feministas e ver de perto os direitos e mudanças que as mulheres andam conquistando é difícil não só assistir, mas também relembrar que o sexismo ainda existe de um modo tão brutal dentro de alguns espaços.     

O longa respeitou muito a cultura sobre a qual aborda da maneira mais simples e respeitosa possível, fazendo com que discordássemos do que estamos assistindo, mas aceitássemos inconscientemente toda aquela realidade. Além disso, podemos ver que os estúdios Warner capricharam nos estudos sobre o filme quando vemos todos os elementos que criam as cenas aparecendo enquanto músicas locais e lendas são contadas e comparadas com o momento em que a menina vive. 

Nos fazendo criar vários questionamentos, nos apresentando uma nova cultura e usando representatividade até nas vozes dos personagens, esse filme é uma obra prima. A unica parte ruim é não termos tantos filmes com o mesmo estilo sendo feitos e, principalmente, tendo grande repercussão na mídia.