RESENHA| Fragmentados, de Neal Shusterman


Após uma guerra civil é instaurada a Lei da Vida, uma Lei que permite o aborto a partir dos 13 anos de idade, antes disso as crianças não podem ser descartadas mesmo que os pais não a desejem, e, após esta idade, podem ser entregues para o governo para serem fragmentadas. A política de fragmentação instaurada fundamenta que as crianças, dos 13 aos 18 anos, ao serem entregues serão mantidas vivas mas com suas partes do corpo fragmentadas.

O governo monta toda uma rede de logística para apreensão, manutenção e contenção dos seus fragmentados, contando com uma polícia especializada para tal fim, além, de campos onde os fragmentados ficam presos esperando que alguém necessite de uma de suas partes para serem levados a área de transplante.


A narrativa foca em três fragmentados que fugiram após serem capturados e, durantes o transporte para os centros de apoio, que no transcorrer da trama se encontram. Risa, é uma menina que vive em um orfanato com um talento imprescindível para o piano, porém, ao não entrar para uma escola de música e muito menos conseguir ser adotada antes dos 13 anos é mandada para a fragmentação. Connor, o adolescente rebelde e revoltado que vive dando dor cabeça e preocupação para os pais levando-os à mandarem para a fragmentação. Lev, o filho de um pastor com recursos financeiros para manter tanto a sua paróquia quanto seus outros irmãos mais velhos mas é mandado para a fragmentação da mesma forma.

Enquanto lutam para se manterem vivos e longe da vista da política pelo tempo necessário os três mostram ao leitor um leve questionamento que no dia a dia atarefado acaba ficando escondido em um canto qualquer que é, o que significa estar vivo. Para cada pessoa essa pergunta possui um significado e com ele uma chance de mudança de sua realidade. Porém, para os três jovens da narrativa, estar vivo significa estar inteiro.


Um livro que mescla sci-fi com distopia com um leve toque de suspense do início ao fim de uma  narrativa leve escrita com propriedade por Neal Shusterman. 


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