RESENHA | Rude, de Evy Maciel

Como o errado podia parecer tão certo?
Lótus, é um homem misterioso que traz consigo apenas uma bagagem e sua Harley. Ele vive viajando em busca de novas experiências e inspiração. Exalando sensualidade pelos poros, assim ele chama a atenção de uma bela jovem garçonete. Suas segundas intenções são escondidas e ele pode não perceber, mas irá "grudar" na teia que criou. Lótus descobrirá muitas coisas nessa sua aventura, entre elas que os sentimentos podem e vão se sobressair em cada momento.
Era um bom plano em minha mente, mas jamais contei com a possibilidade de me apaixonar pela isca. 
Honey, uma jovem garçonete que luta dia a pós dia para se sustentar e seguir firme após todas as tribulações que já passou na vida. Determinada, dona de si, forte... assim é essa jovem. O inesperado acontece e ela se vê diante um homem bem diferente do habitual em aparecer ali na lanchonete. Instigada pela curiosidade ela irá ousar pela primeira vez na vida, uma ousadia que lhe trará mudanças drásticas na vida.
Honey disse, olhando em meus olhos, que estava amansando a fera. Mal sabia ela que tinha acabado de despertá-la.
Rude traz na sua essência um mistério por trás dos protagonistas, e muito mais do que isso, ele traz um ar de mistério em todo o livro. O suspense está presente em todos os detalhes, embriagando o leitor com a sua fluidez e viciando no seu virar de páginas. Um enredo muito bem escrito e ambientado, trabalhado com maestria pela autora Evy Maciel. Ela teve a genialidade de colocar uma história  dentro da outra (Ih será que isso é um spoiler?! Hum, talvez) e bom, posso dizer com todas as letras que "Rude" é a partir de agora o meu livro preferido dela. 
O cara era lindo de um jeito torto e perigoso. Ou seja: do jeito que eu gostava.
Os personagens foram tão bem construídos que beiram a realidade, tamanho as suas marcas da vida e a intensidade de ambos. Tanto Lótus, quanto Honey, e até mesmo a detetive Raquel, que cresce numa proporção ímpar e claro, não podemos esquecer de um personagem que consegue ludibriar até o mais esperto detetive: nós leitores. Esse vilão, ou melhor, serial killer, é daqueles tipo camaleão, que se molda ante ao local e situação imposta, e isso com certeza, é um ponto a mais para essa história. As revelações trazem um toque, hora de drama, hora de surpresa, mas em todas elas a aflição e frio na barriga estão presentes. 
Talvez fossem seus olhos, tão igualmente vazios como os meus, que me fizeram querer desvendar o motivo de tanta apatia submersa em um par de íris azuis. 
Amei a história, a diagramação e a capa, elas estão maravilhosas!!! Detalhe especial para o início dos capítulos que além de trazer uma flor de lótus, ainda traz um trecho de música que dá uma leve dica do que virá pelo capítulo. Uma história sensacional que incita o nosso querer por mais e mais. Super indico a leitura, e bom, espero em breve poder indicar mais um outro, pois um passarinho me disse que talvez, só talvez, alguém que tenha se destacado aqui, possa ganhar sua história. Mas isso fica para uma próxima resenha. 

Eu vou desnudar você e vou me despir para você. Não haverá nada sobre mim que você não saberá e fará o mesmo, porque agora sou tudo o que você tem e você é tudo o que eu tenho...

Mas enxergo além de apenas um personagem e uma trama bem construída. Enxergo a essência do homem real nas ações do homem fictício.
P.S: Há muitas surpresas e revelações ao longo da história. 
O véu de mistério dessa história é extasiante!!!

Ótima leitura pessoal!!!

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