O luto é o processo desencadeado por uma perda significativa, perda essa que pode ser real ou não como, por exemplo, a perda de um ideal, a perda de um ente querido e a de um brinquedo da infância. No luto, o sofrimento e a dor são constantes. Cada indivíduo tem um tempo próprio para se adequar a nova realidade e refazer a representatividade que o objeto ou pessoa tinha em sua vida, não implicando no esquecimento mas, na construção de uma nova relação com a memória deste objeto, pessoa ou situação.
Ele possui três fases. A primeira fase caracteriza-se pela sensação de choque e pela negação - é a fase da descrença - sendo natural que a pessoa apresente um torpor afetivo acarretado pela descrença da situação em que está vivendo e ainda haja a procura pelo que foi perdido. Na segunda fase, a pessoa toma consciência de que a perda é real reagindo com choro, tristeza, depressão, desgosto, entre outros. Já na terceira fase, é possível se reorganizar e se recuperar da perda, é a fase do restabelecimento, onde a pessoa retoma a sua vida anterior.
Cecelia Ahren constrói a personagem baseada em uma perda ainda na infância, quando sua amiga desapareceu de repente e por não aceitar que a menina tenha desaparecido, cria um sentimento de culpa irracional vivendo em luto constante. Ao não aceitar o acontecido Sandy transfere a culpa e a necessidade de encontrar para seus objetos pessoas que, ao desaparecerem faziam com que ela criasse uma força tarefa para encontrá-los e isso não ocorrendo, gerava mais um luto e alimentava ainda mais sua obsessão de ir contra a perda.
A personagem é encaminha a um profissional após a perda da colega para aprender a lidar com isso e com o passar dos anos permanece ao lado do mesmo tentando aprender a lidar com o sumiço de seus objetos. E, foi com este profissional que ela não só aprendeu a lidar com o luto, como também descobriu a mulher que estava adormecida dentro de si.
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