RESENHA| O Ódio que Você Semeia, de Angie Thomas







O Ódio que Você Semeia, da autora Angie Thomas, e lançado no Brasil pela editora Galera Record, apresenta Starr, uma jovem negra, que mora em um bairro pobre e rodeado de gangues, mas passa o dia estudando em uma escola cheia de brancos e ricos. Ela aprendeu desde cedo como agir se fosse parada pela policia: Não fazer movimentos bruscos, deixar as mãos a mostra e só falar quando te perguntarem algo. Mas ao ser parada por eles com seu amigo Khalil, um movimento errado faz com que ele seja morto pela policia, e Starr é a única testemunha do que realmente aconteceu.

Arrasada pela perda do amigo, e vendo a forma distorcida como a policia e imprensa lida com o que aconteceu, ela precisa decidir o que fazer e como usar seu testemunho para lutar contra uma injustiça. No decorrer desse processo, Starr vai começar a analisar como ela lida com os dois mundos em que vive e o que está, ou não, disposta a aceitar em sua vida.

Saiu recentemente o trailer da adaptação cinematográfica de O Ódio que Você Semeia, e decidi que já estava na hora de ler esse livro que chamou tanto a atenção no ano passado e ficou entre os mais lidos. Ele trás uma temática muito importante e interessante sobre o preconceito, visto de dentro por quem o sofre e trazendo uma situação que todos já vimos pelo menos em noticiários de televisão. A autora consegue equilibrar de forma espetacular o seu jeito de escrever, com situações e diálogos divertidos em certos momentos, e outras situações apresenta algo mais sério, dramático e crítico sobre o que Starr passa e ver acontecer ao seu redor.


O livro não é muito grande e li ele em apenas um dia, porque não conseguia parar de ler. A leitura flui de forma tão legal, que você quer acompanhar e saber o que acontece a seguir. É importante ver o desenvolvimento crítico que a protagonista tem, os embates internos e externos que ela passa, e como ela amadurece e se percebe como parte de um processo, como uma voz que pode ajudar a mudar um padrão que se repete.

Os personagens são muito bem construídos, realistas, e que o leitor cria uma relação rapidamente. Como já mencionei, a autora consegue passar questões importantes e também trazer momentos divertidos e juvenis. A família de Starr é um ponto alto de toda a história, porque o leitor vai se divertir muito com eles, mas também perceber como eles são importantes na formação da personagem. E existem diversos outros personagens no livro que fazem parte de todo esse processo e que também tornam a história tão especial.

Além do tema super importante e atual, temos aqui uma obra que foi escrita de forma exemplar, na medida certa, e que com certeza vai durar acima do tempo. É um tipo de livro que deveria ser utilizado nas escolas, porque ele consegue ser uma leitura interessante e crítica ao mesmo tempo. Colocando muita gente para pensar sobre a forma como tratamos o outro, as vezes inconscientemente, e como é importante não julgar a outra pessoa por causa de sua origem ou aparência. Está aqui é uma leitura que eu indico para todo mundo.









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